São Tomé e Príncipe assinou
o Tratado de Proibição de Minas em 30 de Abril de 1998. Um oficial
do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou ao Monitor de
Minas em Julho de 2000, que o Parlamento aprovou a ratificação em
inícios de 1999, mas que o Presidente ainda não a tinha
assinado[1].
Em Agosto de 2001, um representante dos Negócios Estrangeiros de
São Tomé declarou: “A República Democrática de
São Tomé e Príncipe, atribui uma grande importância a
qualquer iniciativa que vise a eliminação total desta praga. No
entanto, devido a problemas de ordem interna, São Tomé e
Príncipe não está ainda entre os países que
ratificaram o Tratado em questão, apesar o seu desejo permanente do o
fazer”.[2]
Em Fevereiro de 2002, um representante dos Negócios Estrangeiros de
São Tomé reiterou, “Não obstante a sua profunda
convicção quanto à necessidade de uma total
eliminação das minas antipessoal, por razões diversas a
República Democrática de São Tomé e Príncipe,
não pôde concluir os procedimentos internos com vista à
ratificação do Tratado de Otava, facto que lamentamos
profundamente. ... o Parlamento Nacional encontra-se dissolvido, estando em
funcionamento uma Comissão Permanente cujas competências não
permitem a ratificação de convenções. O novo
Parlamento será eleito nas próximas eleições
legislativas previstas para o dia 3 de Março [de 2002]. Para terminar,
agradecemos a disponibilidade de apoio manifestada para que São
Tomé e Príncipe ratifique o mais brevemente possível a
Convenção, demonstrando assim a nossa inequívoca vontade de
ver a Terra livre desta arma atroz.”[3]
São Tomé e Príncipe não assistiu à
Terceira Reunião dos Estados Partes em Setembro de 2001 nem nos encontros
intersessionais dos Comités Permanentes em Janeiro e Maio de 2002. Apesar
de que São Tomé co-patrocinou a Resolução 56/24M da
Assembleia Geral das Nações Unidas em prol do Tratado de
Proibição de Minas, esteve ausente aquando do voto da
resolução a 29 de Novembro de 2001.
Pensa-se que São Tomé e Príncipe nunca produziu ou
exportou minas antipessoal e de acordo com o Gabinete do Chefe de Estado-Maior
das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe,
não existe nenhum arsenal de minas antipessoal no
país[4]. O serviço do
Protocolo da Embaixada da República Democrática de São
Tomé e Príncipe confirmou que São Tomé e
Príncipe não está afectado por
minas[5]. É de mencionar que a
guerra de libertação não comportou combates armados e este
Estado insular não esteve em estado de guerra desde a
independência.
[1]
Entrevista telefónica com a Dr. Ana Paula Alvim, Departamento dos
Assuntos Multilaterais no Gabinete da Cooperação Internacional,
Ministério dos Negócios Estrangeiros, São Tomé, 3 de
Julho de 2000. O Presidente foi referido ter afirmado a uma
delegação de visita em 2001, que São Tomé e
Príncipe já tinha “assinado e ratificado o Tratado de
Proibição de Minas a 20 de Janeiro de 1999.” Ver Landmine
Monitor Report 2001, p. 220.
[2] Carta do Director Luís Viegas,
Direcção dos Assuntos Políticos e Económicos
Internacionais, para Elisabeth Bernstein (Coordenadora da ICBL), São
Tomé, 20 de Agosto de 2001. [3] Carta
do Director Luís Viegas, Direcção dos Assuntos
Políticos e Económicos Internacionais, para o Landmine Monitor, 20
de Fevereiro de 2002. [4] Entrevista
telefónica com Luis Maria, Gabinete do Chefe de Estado Major das
Forças Armadas de São Tomé e Príncipe, São
Tomé, 26 de Março de 1999.
[5] Encontro com o Serviço
do Protocolo para a entrega de um questionário relativo ao Landmine
Monitor, Lisboa, 17 de Janeiro 2001.